Queríamos cantar, entrar na festa, vestir a
amarelinha que tantas glórias rendeu ao Brasil. De verdade? Não tínhamos time
para isso. E logo sem ele, o toureiro, que com seu capote driblava os touros
que sempre pretenderam o abater. Mas, atacado pelas costas, não teve sequer
como se defender, foi retirado da arena para não mais voltar ao show. Sem ele
faltou coragem, brilho, qualquer lampejo diante de alemães que suaram para
empatar com ganeses preocupados com G(r)ana. Não, não merecíamos, porém, a
humilhação. Mesmo que trêmulos os atores, a bola, caprichosa, não ia para fora,
não resvalava no corpo de um zagueiro para se perder no caminho, não batia no travessão,
não encontrava mais as mãos do Júlio, passava por todos e, fácil, estufava a
rede para tristeza de tantos brasileiros. Tenho pena dessa boa gente que, como
os garotos, vão as lágrimas pela derrota, pois fazem dessa alegria fugaz (qual
não é?) um bom motivo para rir, comemorar e viver. É certo, é apenas um jogo, a
vida segue inexorável o seu curso e, amanhã, o fluxo dos acontecimentos que se
cruzam, isso que os homens chamam de destino, nos colocará novamente no nosso
lugar, com os nossos pensamentos, o nosso cotidiano, nós nos enfrentando a nós
mesmos, no embate diário da solidão que nos acompanha sempre, fiel companheira e
substrato inflexível da condição humana, superada, entre outras coisas, nas
centelhas da vitória de qualquer campeonato idiota.
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