Já li e ouvi tanta estupidez
escrita e falada sobre o conteúdo das manifestações Brasil afora que resolvi opinar.
Ao meu aviso, os reclames que importam são aqueles protagonizados pela classe
média e procedidos de forma consciente e pacífica – ainda que atrapalhe a vida
de milhões de trabalhadores e outras pessoas que não estão dando a mínima para
isso (a maioria).
Com exceção de criminosos – que sabem
aproveitar a multidão para roubos, furtos e outros crimes – e baderneiros – os
que premeditadamente já saem para depredar, destruir, anarquizar (no sentido
mais apropriado do vocábulo), as massas ganharam corpo não tanto pela defesa da
gratuidade do transporte público – que é uma sandice, afinal é a classe média
que vai pagar a conta –, mas extenuadas diante de uma política pública que vou
denominar de “política Hobin Hood enviesada”,
adotada pelo governo federal e apropriada nas demais esferas do Poder nos
últimos tempos que consiste em retirar da classe média o que puder, em face de
sua baixa capacidade de mobilização (até então), desviando grande parte para o
bolso de um governo e parlamento (em todos os níveis) corruptos e o restante
transferindo para os pobres e miseráveis em forma de bolsas (bolsa escola, bolsa família, bolsa artes, bolsa passagens, bossa propriedade,
bolsa casa etc) e para a cooptação de sindicatos, organizações estudantis e “movimentos sociais”, já repletos
de pelegos pervertidos que, para além de se venderem, coagem, cada vez mais,
empreendedores, políticos e o próprio poder público, valendo-se da manipulação de
parcela da plebe.
Essa leitura é a única que
destaca a importância de parte do movimento. Sim, porque não creio que a maioria das
pessoas que saem as ruas para as manifestações saiba de fato o que está
acontecendo. Elas saem por sair, para aparecer nas mídias sociais, nos “instagrans”,
nos “facebooks”, no Jornal Nacional,
encantadas com um sem-número de câmaras fotográficas e filmadoras que
configuram a sociedade do espetáculo. Querem “fazer história”, embora não
entendam nada sobre o funcionamento das engrenagens sociais e políticas (aqui
no sentido escorreito do termo). Saem para o “protesto Forest Gump”: alguém correu as ruas eu vou atrás por achar que ele luta por alguma coisa. É como uma moda: junta-se só para não parecer
arcaico e desarticulado. Ninguém, na verdade, sabe por que está ali, tampouco o
que deve ser feito.
Se a classe média for as ruas
cansadas pelo pagamento escorchante de inúmeras taxas, farta de ver seu parco dinheiro
desviado, revoltada por financiar a tudo e a todos, indignada pela não regulamentação
dos impostos sobre grandes fortunas e a sonegação de tributos do mega
empresariado nacional, enraivecida pelo jogo sórdido da especulação financeira,
furiosa pelos lucros fáceis dos bancos e, finalmente, revoltada pela ausência
de transporte, saúde, segurança e educação para si e os seus, serei o primeiro
a apoiar, aplaudir e pedir para aprofundar as manifestações e transformar
verdadeiramente esse gigante que desperta em um país melhor, convertendo os
manifestos em concreções de como resolver e financiar tudo isso.
Meu temor, neste caso, é quando Forest parar.
Um comentário:
Conversando com um delegado da força nacional, ele explicou que essa onde de manifestação nada mais seria do que um ataque sistematizado do governo americano ao governo brasileiro.
Com informações que pareciam se conectar, ele falava que a rede de inteligência americana implantava informações na mídia brasileira a fim desestabilizar o governo Dilma Rousself, seja ridicularizando a politica assistencialista seja questionando a corrupção arraigada na sociedade brasileira.
Talvez seja verdade, não há duvidas que a politica protecionista do atual governo é um entrave a muitos interesses empresarias estrangeiros.
Mesmo assim, não concordei nem discordei. Só fiz questão de frisar que a corrupção corresponde a um afrouxamento de certos padrões morais, e, respeitadas as proporções é claro, alcança desde o porteiro do prédio que falta constantemente ao trabalho (descumprindo seu dever)como o excelentíssimo legislador que profere seus votos em conformidade com interesses mesquinhos.
Alguns sempre vão servir de exemplo para a sociedade, enquanto outros só estão no mundo para testar a capacidade delas progredirem.
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