domingo, 3 de julho de 2011

HÁ TANTO TEMPO: O FIM




Há quarenta anos ele chegou ao fim. Com apenas 27 anos, ele chegou ao fim. James Douglas Morrison, ou simplesmente Jim Morrison, chegou ao fim em Paris, sem glamour, sem os Doors, sem alegria, sem o magnetismo que contaminou toda uma geração. Mas o que importa, se o fim foi o “seu único amigo”.
Uma das canções que mais me marcaram foi “The End”. Já gostava da música, em especial pela forte interpretação, mas quando assisti ao filme do Copolla fiquei impressionado. Talvez tenha contribuído, quem sabe, a atuação marcante de Brando. Hoje, relendo “O Coração das Trevas” (Heart of the Darkness), do Conrad – livro que inspirou o filme –, li, em algum lugar, sobre o aniversário de morte de Morrison e lembrei-me da visita que lhe fiz no Père-Lachaise, ainda que criticada por algumas figuras que viajavam comigo em Paris.
Jim, como Kurtz, viveu sua vida em cada detalhe de desejo e de tentação e diante do horror, não o da guerra, mas o do vazio humano, o fim foi, provavelmente, o seu único amigo: 

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end
Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end

Um comentário:

Marcondes Batista disse...

Nesse sentido disse o alagoano Raí Sampaio:
A VIDA ESTÁ NO FIM

Vive, que a vida é morte.
Sonha, que é tudo vão.
Se nessa vida existe sorte,
Há de encontrar um coração

Que anda inconformado,
A temer a vastidão
E busca, angustiado,
No pulsar a solução.

Sem um fim não haveria
Graça alguma no viver.
De encontrar no dia a dia
Um sentido por sofrer.

Este fim desencontrado
Faz da vida um coração
Que perdido chega atrasado
E só encontra a solidão.